RIO - Para o e Cardoso, Sócrates era um de jogador só comparável a Garrincha.
- O único que chega perto, em termos de , era o Garrincha, com as pernas tortas. Asim ele, Sócrates tinha quase um , um pé , de , para se em 1,90m - observa o do "Sócrates, a história e as histórias do jogador mais original do futebol ", lanado ms pela editora Objetiva.
A comeava no nome. Xará do filósofo , o , asim mesmo, com maiúscula, porque era , fazia mesmo diferena. Em e fora dele. O do calcanhar, registrada, mais era do que um para driblar a limitao da sua , esguia para um pezinho 41, que no fazia suficiente para um o próprio eixo.
Sem o uniforme de treino ou de jogo, notabilizou-se ainda mais. Ser essencialmente político, marcou época contestador e propositivo ao mesmo , pensando além do que os locutores gostam de de "as quatro linhas".
- O Sócrates no futebol de hoje em dia no teria vez, e certamente faria opo pela medicina. No há mais espao para o futebol de toque de , para o jogador cerebral ele era, que pensa o jogo. O Sócrates ficaria to do futebol, nesses tempos de do Dunga, que ele nem seguiria na - aposta .
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ao , sem a vocao para suportar a de treinos, viagens e privaes da , Sócrates era um anti-. Fumava dois maos por dia, bebia em grandes quantidades. "Se tivesse me mais, no seria uma to completa sou ", dizia aos mais chegados, na final da . Era um libertário num em que prevaleciam o autoritarismo e as relaes quase escravizantes de para os jogadores, numa época pré- Pelé.
- Se fosse hoje, ele seria "chinelinho". Antes a era ideológica, hoje é mais comportamental. O tem que carrinho, raa - opina Cardoso. - Júnior diz que quando estrearam na seleo, em 1979, Sócrates tinha flego de . Ele só virou mesmo uma vez na , em 1982, quando entrou na planilha do Gilberto Tim (preparador físico da seleo), ganhou muscular e se privou de vários prazeres, com o objetivo de a . Em , dava arrancadas espetaculares - lembra o .
da Democracia Corintiana, Sócrates lutou pelas Diretas Já, pelos colegas de profisso, pela liberdade.
- Ele tinha uma de buscar caminhos que no fossem os mais confortáveis, pagava o preo de ser ele mesmo - resume .
O "Doutor" era assim, médico e . Médico o comeo: por exigncia do , só virou jogador de o na . E entre a primeira aposentadoria da e a aos gramados, exerceu a funo. Já o se manifestava na genialidade com a nos pés e, no , na compulso autodestrutiva. Alcoólatra, só se reconheceu quando já era tarde . Morreu em 2011, aos 57 anos, interrompendo planos, entre outros, de uma autobiografia.
Foi no daquele ano que o corintiano teve a de o í. Mandou um e-mail para Kátia, ento de Sócrates, e os trs livros que já tinha escrito - "O marechal da vitória", biografia de Paulo Machado de ; "Tarso de Castro - 75 Kg de Músculo e Fúria"; e "O do dr. Rui", a história do assalto ao da do ex-governador de So Paulo, Adhemar de Barros, em 1969. Sócrates sofreu uma série de internaes e leu, na do hospital, o que lhe foi . Gostou e decidiu sua biografia a quatro mos com . Morreu em dezembro.
disso no conseguiu a colaborao da famí. Ninguém aceitou . ele seguiu adiante asim mesmo. Fez mais de entrevistas durante trs anos com gente que conviveu de alguma com Sócrates. E conseguiu com detalhes a trajetória de um personagem polmico, s vezes contraditório, que, apesar da , encantava e pela irreverncia.
- O de a de mais intensa foi uma dele. Ele no se policiava, e no fazia isso com ninguém. Ele era o que era, e final. Passei a admirá-lo mais pesquisando ele. Sócrates passou a ser um í maior que me aprofundei em sua história - encerra .