por apo4 » Ter Fev 11, 2014 06:12
A fraude já foi desmascarada por um de seus próprios autores,
e no foi ontem ou anteontem.
Bittman contou tudo em 1985, após ter desertado do servio secreto tcheco.
Só que até agora essa confisso permaneceu desconhecida do público brasileiro,
bloqueada pelo amálgama de preguia, ignorncia,
interesse e cumplicidade que transformou muitos de nossos jornalistas
e intelectuais em agentes ainda mais prestimosos da desinformao tcheca
do que o fora o chefe mesmo do servio tcheco de desinformao.
Quantos, nesses meios,
no continuam agindo como se fosse superiormente ético
repassar s futuras geraes, a título de cincia histórica,
a mentira que o próprio mentiroso renegou 15 anos atrás?
A safadeza foi realizada
através da distribuio annima de documentos falsificados,
que a imprensa e os políticos brasileiros, sem o menor exame,
engoliram como "provas" do intervencionismo americano.
O primeiro lance foi dado em fevereiro de 1964:
um documento com timbre e envelope copiados da Agncia de Informao dos EUA
no Rio de Janeiro, que resumia os princípios gerais da "nova política".
A coisa chegou aos jornais junto com uma carta de um annimo funcionário americano,
investido, como nos filmes,
do papel do herói obscuro que, por julgar que "o povo tem o direito de saber",
divulgava o segredo que seus chefes o haviam mandado esconder.
O escndalo explodiu nas manchetes e os planos sinistros do senhor Mann
foram denunciados no Congresso.
O embaixador americano desmentiu que os planos existissem,
mas era tarde: toda a imprensa e a intelectualidade esquerdistas das Américas
já tinham sido mobilizadas para confirmar a balela tcheca.
A mentira penetrou to fundo que, trs décadas e meia depois,
o nome de Thomas A. Mann ainda é citado
como símbolo vivo do imperialismo intervencionista.
A essa primeira falsificao seguiram-se várias outras,
para dar-lhe credibilidade, entre as quais uma lista de "agentes da CIA" infiltrados
nos meios diplomáticos, empresariais e políticos brasileiros,
que circulou pelos jornais sob a responsabilidade
de um "Comit de Luta Contra o Imperialismo Americano",
o qual nunca existiu fora da cabea dos agentes tchecos.
Na verdade, confessou Bittman,
"no conhecíamos nem um único agente da CIA em ao no Brasil".
Mas a mais linda forjicao foi uma carta de 15 de abril de 1964,
com assinatura decalcada de J. Edgar Hoover, na qual o chefe do FBI
cumprimentava seu funcionário Thomas Brady
pelo sucesso de uma determinada "operao", que, pelo contexto,
qualquer leitor identificava imediatamente
como o golpe que derrubara Joo Goulart.
Toda uma bibliografia com pretenses historiográficas,
toda uma viso de nosso passado
e algumas boas dúzias de glórias acadmicas
construíram-se em cima desses documentos forjados.