RIO E YORK - O Eduardo Alberto, de 41 anos, de Porto , convocou a da famí para das finanas. Com a esposa e os dois filhos instalados no sofá, avisou que o no era . Eduardo queria investir uma da aposentadoria, do dele e da esposa, na Bolsa de York. Sua lógica era : as aes de empresa que admirou, McDonalds, Starbucks e Berkshire Hathaway, estavam baratas e o cmbio na de R$ 2 permanecia ável. Uma operao impensável anos atrás e que passou a sentindo com o menor da economia brasileira e as perdas das aes listadas na Bolsa de Valores de So Paulo (Bovespa).
As decises em so tomadas em famí, com ata e tudo. Fui ento para York e visitei várias corretoras famosas, Charles Schwab e bancos. fiquei com o atendimento, parecia pouco amigável para o nosso padro. Ento optei por investir numa corretora brasileira, com escritório lá fora explica o investidor, que aplica ainda em títulos (bonds) nos EUA.
Eduardo, que teve de 37% no ano , engrossou as estatísticas de brasileiros que investem no exterior, uma ainda tímida, que cresce a passos largos a crise financeira internacional: de 14.228 em 2008 para mais de 23 pessoas físicas. Um na de dados do Banco (BC) que os investimentos brasileiros em aes, títulos e imóveis no exterior cresceram de US$ 15,4 bilhes em 2008 para US$ 35,6 bilhes em 2013, um de 131%. Neste , o inclui pessoas físicas e jurídicas.
A demanda chamou a ateno das corretoras. A TOV estuda escritório fora do país. A XP está ampliando sua unidade em York e abrindo outra em Miami. Segundo Guilherme Benchimol, sócio da XP, o número de clientes que investem nos EUA dobrou em quatro meses:
Algumas pessoas esto mais preocupadas com o Brasil, que no está num , tem muita especulao. A demanda está para alocar recursos em aes e títulos de empresas no exterior.
Em 2013, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de So Paulo (Bovespa) caiu 15,5% e, em janeiro, teve a maior para o ms 1995. Já o Dow Jones, da Bolsa de York, avanou 26,5% em 2013. Além da da Bolsa, os brasileiros ganham com a valorizao do cmbio, já que o está em dólares, e a americana subiu 15,37% no ano .
No mercado de imóveis, há quem sonhe em uma no exterior. na Zona de So Paulo, o empresário André Lima, de 40 anos, trabalhou os 14 para a Flórida. Aos 23 fez a , passou a o de um apartamento em Miami. Hoje, ele se prepara para outro imóvel no país, em Orlando, para alugar.
Vendi um imóvel em So Paulo e com metade do comprei um apartamento em Miami. Minhas filhas moram lá com a minha esposa. Fico entre os dois países afirma André, para quem ainda a investir lá fora. A valorizao dos apartamentos no Brasil compensou o do dó.
Clientes com um perfil
O investimento em imóveis saltou de US$ 1,8 bilho em 2008 para US$ 4,6 bilhes, um de 150%. E a Flórida, meca dos brasileiros que procuram imóveis no exterior, foi uma da grandes responsáveis por isso. Segundo Fonseca, para o Brasil da NAR (Associao de Corretores), o Brasil responde por 10% das compras de imóveis em Miami Beach, atrás de venezuelanos (22%) e argies (11%).
Para os investidores, buscar no aeroporto e até empreendimentos imobiliários customizados. Greg Freedman, sócio do projeto Privé, diz que lanou dois prédios ano em uma de Miami para brasileiros: so imóveis contemporneos, com espaos abertos, cores claras e para o mar. Freedman diz que a experincia mostrou o que os brasileiros gostam.
Comprei o apartamento de um que tinha tudo : parede, piso. E até o piano era . Algumas paredes eram azuis. Pensei: vou conseguir vender isso. apareceu outro e comprou Freedman.
Comercializadora de imóveis em Miami, a Piquet Realty prev de 30% nas vendas ano. Segundo o presidente da empresa, Cristiano Piquet, os clientes veem espao para investir porque esperam valorizao do dó para R$ 3.
Eles compram apartamentos de US$ 300 a mais de US$ 2 milhes. A maioria , 60%. é possível financiar com de 30%. A média também . Para um apartamento de US$ 300 , voc pode 30% de e financiar o diz.
Se Miami é a meca, York é um de consumo distante para a média brasileira. Cássio Faccin, que já tem apartamento em Miami, diz que sonha em um estúdio perto do Park, próximo Rua 57, um dos metros quadrados mais caros dos EUA.
No tenho investimentos suficientes para isso, é que tem um potencial de valorizao no diz Cássio, um dos brasileiros que compraram recentemente um apartamento no projeto contemporneo na da empresa Privé.
Corretoras em York, porém, percebem o de brasileiros interessados em imóveis.
Antigamente, quem comprava apartamento em York tinha . Hoje, há cada vez mais pessoas que no so ricas procurando também. So jovens, na dos 30 anos que comearam a e resolvem investir dessa explica a brasileira Leda Gorgone, da corretora Town.
para poucos
Leda afirma que a maior é o de apartamento que essa clientela geralmente de dois quartos, na baixa de Manhattan, por valores entre US$ 1 milho e US$ 3 milhes. Ela acaba de vender um desses para um paulista, no Lower East Side, por US$ 960 , do mercado, já que o edifício funciona no de cooperativa (os imóveis no podem ser alugados nem emprestados, o que diminui o seu ). , trabalha para conseguir outros dois no mesmo padro para novos compradores do Brasil, um e um artista plástico.
O músico paulista Reinaldo Kherlakian está em de um terceiro apartamento em York. Ele comprou o primeiro, no Chelsea, há cinco anos, e o segundo, no mesmo prédio:
fácil conseguir alugar , e com esse aluguel dá para todo o financiamento. um ótimo negócio.
Para Fábio Gallo Garcia, da Fundao Getulio Vargas, o investimento no exterior faz neste , com a economia que cresce pouco no Brasil e uma Bolsa que no se valoriza. Ele ressalta, porém, que é o mercado no qual o investidor tem e a empreitada com uma de as aplicaes:
Existe um de se investir lá fora: o cmbio. Se o dó , o com a ao pode ser . Por isso acho que é para poucos.