por batbupi78 » Qui Set 06, 2012 09:07
Negao T. Chapéu:
questo é muito interessante. Pena que as pessoas no se pem a refletir com mais vagar por aqui.
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RESPONDENDO:
uma característica da esquerda, amigo.
Enquanto a direita quer manter a sociedade imutável, a esquerda vai sempre lutar por novos direitos para o povo.
A esquerda, ao contrário da direita, sabe que a sociedade se modifica (o avano tecnológico, o aumento populacional esto entre os grandes modificadores de um meio social) e defende que nossas leis devem acompanhar esse movimento.
Se formos pensar que o Estado, este monstro que ainda vai nos devorar, tenha nascido por uma boa causa, no foi outra seno para garantir a existncia da maioria. No é fato ignorado por todos que estudam a sociedade, que o adensamento demográfico, salvo raras excees, acaba determinando o aparecimento do Estado. O grau desse adensamento, somado evoluo tecnológica e maneira que a sociedade retira do meio físico a sua subsistncia determina, por exemplo, o quo fragmentado será o espectro social.
Em um agrupamento de Guayaki, bando nmade das florestas paraguaias, as crianas, desde cedo, já recebem, em brinquedos, a cópia exata dos objetos que carregaro quando adultos. Os garotos com seus arcos e flechas e as garotas com seus cestos. Em tal agrupamento, a separao nítida entre homens e mulheres é fundamental para existncia do grupo o homem caa e a mulher carrega; o espao do homem é a floresta e o espao da mulher é o acampamento. por isso que existe, por exemplo, o tabu dos objetos. O homem no toca no cesto e a mulher no toca no arco. Do contrário atrairo o pane, maldio da caa. Se um homem no caa, já no é homem. Aí terá que carregar o cesto
Nossa sociedade é diferente. Sedentária, densamente povoada, extremamente fragmentada. Cada vez mais as mulheres fazem as funes que antes estavam na esfera do homem o trabalho na produo, por exemplo. Nos primórdios do mundo ocidental, como a terra é feminina, o homem é que iria fecundá-la; e cada vez mais o Homem faz a funo das mulheres. o homem carregando o cesto e ficando no acampamento e a mulher saindo para caar (produzir). Isso se reflete na opo sexual. Ao menos para um marxista incorrigível feito eu, a cultura acaba acompanhando a o modo de produo, e no há igreja nem fé o suficiente para barrar tal ordem das coisas. Mas temos outro fatores
O aumento populacional acabou exigindo mudana nas foras produtivas, e sempre por aquela boa causa (garantir a sobrevivncia de todos). Aí o Capitalismo foi uma maravilha. Mas será que ainda é?
Vejo, cada vez mais, as pessoas (e no só os conservadores) pregando que o homem já no pode fazer aquilo que lhe é mais natural: ter filhos (as leis da natureza no so nascer, crescer, reproduzir, morrer?). E vem dando certo. O número de filhos por família tem caído.
Novamente para um marxista incorrigível feito eu, o Capitalismo já no aguenta o adensamento demográfico, já no consegue garantir a existncia da maioria (os um bilho de esfomeados já falam por mim). Dizer que tem muita gente no planeta é uma boa forma de se manter. A outra está na relao homossexual
Quando a regra era ter filhos, a Igreja atacava as relaes homossexuais, pois no visavam reproduo. Estudar como isso funcionou na Idade Média nos dá uma boa perspectiva do andar da carruagem.
Porém, agora a igreja, como toda esfera da superestrutura (costumes, religio, leis imaginário, mentalidade e cultura no geral) vo ter que se modificar. Ou a igreja muda, ou virá outra religio que contemple melhor nossa realidade.
Para a esquerda é isso, "N. T. C".