por BRodolfo » Dom Jan 15, 2012 03:00
A discusso da meia-entrada para a Copa do Mundo de 2014 ainda vai dar muito pano para mangas. Em reportagem da Folha de S. Paulo desta sexta-feira, o jornal divulga que a Fifa no está disposta a abrir mo de US$ 100 milhes (R$ 180 milhes) da competio, valor que ela estima deixar de ganhar se o Brasil continuar com sua ideia de vender ingressos dos jogos pela metade do preo para estudantes e idosos.
Esse assunto deveria ter sido discutido antes, na assinatura do contrato. Ou ao menos ter acenado com a possibilidade de cumprir a lei do país-sede. Tudo bem que ninguém pensa nisso no calor da escolha de seu país para uma Copa do Mundo. Os responsáveis querem é festejar a conquista e assinar logo a papelada. E mos obra. Foi o que fizeram.
A Fifa tem dois negócios: organizar o futebol ao redor do mundo e ganhar dinheiro. Portanto, ela no vai abrir mo dos US$ 100 milhes. Na África do Sul, divulga a reportagem, a entidade de Joseph Blatter faturou algo perto dos US$ 4, 2 bilhes. dinheiro! Aqui no Brasil, sua inteno é lucrar um pouco mais.
Ocorre que há um impasse nessa discusso, como o blog escreveu dias atrás. De um lado existe a legitimidade da Fifa de ganhar seu rico dinheirinho e do outro uma lei brasileira, estadual, que determina a obrigatoriedade da meia-entrada para estudantes e idosos acima dos 60 em qualquer atividade de entretenimento.
E agora? A Fifa e os representantes do Brasil precisam decidir rápido o que fazer porque a entidade necessita comear a vender os ingressos pela internet, como sempre faz. Estamos falando de clientes do mundo todo. Gente que quer vir para o Brasil para acompanhar a Copa.
Os representantes brasileiros do evento em suas cidades-sedes ainda no sabem o que fazer diante do dilema. Entendem que as duas partes tm lá suas razes. Só há uma saída ento: assumir os US$ 100 milhes que seriam da Fifa. Os governos pagam isso e fazem o uso da meia-entrada. A Fifa no vai ceder. Ela nunca cede.
Se isso acontecer, só espero que o povo brasileiro seja informado. Difícil é deixar de pensar que essa bomba vai estourar no colo do contribuinte.