Fábio Santos sabe que no pode dormir menos que seis horas e 45 minutos ou mais que sete horas e 15 minutos a cada noite, pois fica ou no dia seguinte. Sabe também que desperta menos vezes na quando, antes de se deitar, toma de e l livros de fico ou espirituais. Ele conhece ainda o número exato de passos que deu durante o dia e estatísticas de seu humor é afetado pela alimentao. Santos afirma no ser vítima de um transtorno obsesivo-compulsivo (TOC) que o obrigue a cada da sua . Isso ele deixa a da tecnologia.
O programador de 33 anos é da única no Brasil do Quantified Self ( eu quantificado), tendncia surgida nos Estados Unidos que estimula seus adeptos a mensurar praticamente cada hábito do cotidiano a de maximizar o -estar - espécie de estratégia hacker aplicada ao corpo.
A surgiu num blog do americano Gary Wolf, em 2007, e evoluiu, ganhando uma verdadeira rede presente em mais de 40 países. A expanso do fenmeno se deu simultaneamente emergncia de tecnologias responsáveis por monitorar o corpo, seja através de aparelhos eletrnicos para , seja por de aplicativos de smartphone.
Santos, por exemplo, é usuário da pulseira Fitbit Flex, uma de borracha com sensor que passos, o caló e analisa a do sono. Todos esses dados so sincronizados com um site na web, de onde podem ser extraídos e analisados. O programador já experimentou relacioná-los, por exemplo, com os do site Moodscope, que clasifica o humor do usuário por de algumas interaes e prov estatísticas que ajudam a , por exemplo, o que costuma deixá-lo ou . Quando vivia nos EUA, ele também pagou US$ 99 para que a empresa 23andMe - pela ex- de Sergey Brin, da Google - lhe desse informaes seu genoma.
- A quantificao dos hábitos acaba trazendo para a superfície a de mudanas no . Eu quero meu para ao -estar, e isso afeta vários aspectos da - explica ele, que mora no Rio, onde está baseada a brasileira.
Fenmeno sai do nicho
So 70 os participantes ativos da carioca, e já houve oito encontros presenciais e dezenas de reunies virtuais entre eles para a de experincias. Segundo o , a maioria está interessada em formas de otimizar a atividade física e peso, o já discutiu até técnicas para sanear o oramento.
O número de membros que o Quantified Self é um nicho, a disseminao de aplicativos, pulseiras e relógios inteligentes acabou espalhando o fenmeno para além dos geeks, os nerds tecnológicos.
Milhares de usuários do aplicativo para iPhone e Android Nike+ Running provavelmente no fazem do que significam os conceitos life-log ou body hack, também monitoram suas corridas. E a gigante Samsung acaba de no Brasil a Gear Fit, uma pulseira estilosa com sensível ao toque que analisa de passos a batimentos cardíacos.
Sylvia Pozzobon, de 28 anos, tem mais de 10 seguidores no Instagram por de seu vício em corridas. E é por de aparelhos eletrnicos que a empresária aprimora o desempenho nas provas de que participa. Seu é o relógio Forerunner 420, da Garmin, com GPS integrado. de cada treino, Sylvia transfere os dados de geolocalizao para o Google Maps e estuda os trechos onde mais acelerou, além de os resultados de outros dias etc.
- O me permite em minha . Quando fao uma corrida, consigo programar com a hora de , para inteira até o - ela, que também já usou a pulseira fitness Fuel Band, da Nike, e diversos apps.
O Jeffer Sasaki testemunhou a popularizao dos monitores de atividade nos EUA durante seu doutorado na Universidade de Massachusetts Amherst, entre 2008 e o ano . Estudioso da fisiologia do exercício, aparelhos esses já faziam do seu cotidiano, eram, ento, restritos a laboratórios. Quando a Fitbit lanou o monitor Zip Wireless para o consumidor final, seu de pesquisas resolveu checar sua eficácia. O final deve ser em no Journal of Physical Activity and Health.
- Fiquei com o , pois o mostrou bastante similar de equipamentos profissionais - sustenta.
Camiseta tecnológica
O cr que a tendncia é que equipamentos esse evoluam para verses menos visíveis, mais interativas e com upload de dados . Uma camiseta á vir com tecnologia de monitoramento. Ele também aposta que os fabricantes vo mais a inteligncia , para que os equipamentos identifiquem as atividades praticadas - no Fitbit, por exemplo, ainda é quando voc está correndo ou andando de bicicleta.
O mercado está . A NPT, start-up incubada na Universidade de So Paulo, desenvolveu há dois anos e o cardioEmotion, kit que avalia os níveis de estresse e do usuário. Por R$ 710, os consumidores adquirem um sensor para no dedo ou na e um software. O equipamento oberva a variao da frequncia cardíaca e atribui uma nota de a , em que é o nível máximo de estresse. de o usuário, o programa prope jogos que ajudam no autocontrole, diz Coghi. Segundo ele, além dos consumidores tradicionais, psicólogos utilizam a nos pacientes.
, dos recentes escndalos de espionagem americana, no estariam os adeptos da quantificao do corpo expondo a própria privacidade?
- Ainda no temos resposta para isso, há questes complexas envolvidas. acho que privacidade, no tradicional, já no existe. O que eu é empresas que se mostrem responsáveis com meus dados e seus servios a meu - afirma Fábio Santos.
Para quem no quer se preocupar com isso, o programador que é possível metrificar os hábitos com utensílios to arcaicos quanto caneta e papel. para a história: no século XVIII, Benjamin Franklin criou uma tabela para monitorar diariamente seu de com 13 virtudes essenciais ao cará. isso foi antes, antes da era . Hoje, o americano, um dos homens mais tecnologicamente integrados do seu , provavelmente também estaria a uma boa de aparelhos.