Copa de 1954: Batalha que entrou para a história

Copa de 1954: Batalha que entrou para a história

Mensagempor eziunno8090 » Sáb Mai 24, 2014 07:59

RIO - A seleo brasileira foi para a de 1954 sem Zizinho e Aimoré. teria Zezé Moreira e um de craques que ficariam entre os mais brilhantes já surgidos no país: Castilho, Djalma Santos, Nílton Santos, Bauer, Didi, Julinho. Com coadjuvantes que deviam aos que tiveram papel em 1950: , Brandozinho, , Maurinho e os remanescentes Baltazar e Rodrigues. A comparao com 1950 faz porque uma das metas era tudo da anterior. A mudana do uniforme calo azul e camisa amarela, escolhidos em promovido "Correio da Manh" era a mais visível. Já fora usada nas eliminatórias (quatro vitórias em quatro jogos contra rotos e paraguaios). Mais visível, porém menos .

A deciso de 1950, ela, ainda pesava nas cabeas que pensavam a seleo. Um dos motivos tinha nome : raa. Muitos ainda atribuíam o triunfo uruguaio empolgao patriótica de seus jogadores, quele da camisa com poderes mágicos alimentados pela raa. Raa no de tudo, de -se, de sofrer time, de ser de sacrifício pela vitória. Seriam os uruguaios os únicos no a raa? quanto possível, essa filosofia guerreira foi aos jogadores. Na Suía, eles no entrariam em sem beijar a , sem o no vestiário, sem discursos inflamados (num destes, foram instados a "vingar nossos mortos de Pistoia"). Isso na Suía, onde as selees europeias desembarcaram sem em .

A do teve número recorde de 45 selees inscritas. Duas delas de , Alemanha Ocidental e Áustria, já separadas. A Alemanha era dirigida por Sepp Herberger, que voltava ao de ocupá-lo de 1921 a 1925. Herberger e vários de seus jogadores tinham sido membros, menos ou mais atuantes, do Nazista. ninguém pensava na , menos ainda nos mais de 400 soldados da Fora Expedicionária Brasileira (FEB) sepultados no cemitério de Pistoia, na Itá. Os alemes só pensavam em futebol. E no ligavam a mínima para os técnicos, observadores e jornalistas que no os levavam a sério. Outra seleo a Suía era mais do que a sério. A Hungria, invicta 1950, que goleara a Inglaterra em dois amistosos (6 a 3 e 7 a 1, na primeira inglesa em , que o futebol se oficializara em 1863), era a favorita a com a taa que escapara em Paris, na final com a Itá. Seu em toda a Europa, sequer imaginado pelos brasileiros resultava de um projeto lanado em 1950 ministro dos Esportes, Gusztav Sebes, projeto esse só possível na Hungria da época. Com o do e a de outros ministérios, em o da , Sebes transformou em instituio o Kispet, time de bairro de Peste, da húngara. Seus jogadores, entre eles os jovens Puskas e Bozsik, foram incorporados ao Exército, sendo pagos para jogar futebol (Puskas chegaria ao de major). Sebes seguiu convocando os melhores jogadores do país Kocsis, Czibor, Budai, Lorant e o goleiro Grozsics tirando-os de clubes o Vasas, MTK, Ujpest, Ferencvaros. Jogando juntos por quatro anos, pode-se com que entendimento e aqueles "soldados" chegaram Suía. Sem suas últimas 27 partidas, os "Mágicos Magiares", eram chamados, chegaram para vencer.

Nessa primeira , a seleo brasileira venceu o México (5 a 0) e empatou com a Iugoslá ( 1 a 1). O terceiro de Zezé Moreira, com toda cúpula da delegao, foi no que o empate com os iugoslavos clasificava as duas equipes, tornando desnecessário o desgastante com que seus jogadores disputaram uma prorrogao desnecessária. A Hungria cumpriu a primeira de arrasadora, superando a Coreia do (9 a 0) e a Alemanha Ocidental (8 a 3). de que se clasificaria num jogo extra com a Turquia, Herberger poupou vários titulares contra os húngaros e escalou o Werner Liebrich para Puskas. O líbero levou as ordens to ao pé da que acertou o do capito do time adversário, e o ps fora de por, no mínimo, dias. Com sorte, Puskas jogaria a final.

O regulamento da do tinha estranha : as oito equipes classificadas na primeira se enfrentariam em quartas-de-final segundo emparelhamento , no por tabela pré, por sorteio. Em razo disso, o próximo adversário da seleo brasileira poderia ser Alemanha Ocidental, Áustria, Hungria, Inglaterra, novamente a Iugoslá, Uruguai (reprise de 1950?) ou Suía. Zezé Moreira e Luís Vinhais foram a Zurique ao sorteio. Deixaram os jogadores no hotel. Sem rádio, sem TV, iam do próprio treinador. Já tarde da noite, Zezé chegou. Estava pálido, . do que os jogadores lhe lanaram, resumiu em trs palavras: " a Hungria!". Mais um de Zezé Moreira. Com a informao, dada quem comunica um , ele transmitia sua apreenso a todo o . O , os efeitos daquela notícia, a com que os jogadores viveram os trs dias até a , produziriam verses que vo do sério (noites dormidas) ao folcló (ingesto de pasta de dente ou outras substncias para, passando , no se o de ser escalado). A é que seleo brasileira mergulhou, por trs longos dias, num entre o de e o da .

superar? Com raa, é . Beijos na , de , discursos, a seleo brasileira entrou em "preparada" para a Hungria. Zezé Moreira mudou sua de . Manteve Julinho e, na armao, Didi, entregou a ndio, Humberto Tozzi e Maurinho as camisas de titular que tinham sido de Baltazar, e Rodrigues. A foi alertada quanto ao ímpeto do húngaro, que tentava o jogo em poucos minutos. De , era impresionante a frequncia com que ele chegava aos 2 a 0 em menos de minutos. s 5 horas da chuvosa tarde de 27 de junho, no Wankdorf Stadium da suía, teve início "a de Berna". Com gols de Hidegkuti e Kocsis, a Hungria chegou aos temidos 2 a 0. No aos , aos sete minutos. Djalma Santos, de pnalti, diminuiu aos 18 minutos. No segundo , cortou uma com a mo da área e Lantos, cobrando o pnalti, ampliou aos 15. Os brasileiros protestaram, alguns tentando o para agredir o árbitro ingls Arthur Ellis. o jogo prosseguiu, Julinho fez o segundo gol aos 25 minutos e Kocsis, o da , voltou a aos 43 (4 a 2).

Já ento a se instalara. Tendo sido tecnicamente to aplicada quanto a poderosa adversária, a seleo de Zezé Moreira no percebeu que, com mais de sorte e mais de , poderia conseguir melhor . A raa que lhe foi cobrada no era a que levou Maurinho a no de Lantos, Humberto a agredir Buzanszky, Nílton Santos a pontapés com Bozsik. Expulsos Humberto, Nílton e Bozsik, o jogo chegou ao . no a . Os jogadores brigaram, na saída do e nos vestiários. Uns se feriram, outros fugiram. levou pontos na cabea por de uma garrafada que Puskas lhe desferiu. O do episódio, ao menos em termos de repercusso, foi a chuteirada com que Zezé Moreira feriu a cabea do ministro Sebes.

Numa das semifinais, ainda sem Puskas, a Hungria venceu o Uruguai. Foi a primeira da Olímpica em Copas do (4 a 2, após prorrogao). Na outra, a Alemanha Ocidental mandou a Áustria para a deciso do terceiro (6 a 1). Nesta, vitória austríaca e o segundo revés uruguaio. A final, em 4 de julho, no mesmo Wankdorf Stadium, tinha tudo para ser a coroao de uma equipe mágica que escrevera o mais notável capítulo da história do esporte húngaro. No foi por outro motivo que, apesar de ainda sentir dores no , Puskas jogou. de fora o capito no em que Jules Rimet entregaria a taa? Puskas tinha que jogar.

Além do que a Alemanha Ocidental já tinha sido sobrepujada naqueles 8 a 3. O comeo da final deu a de ser mera repetio da história, o de um . Puskas aos 6 e Czibor aos 8 marcaram os gols que fizeram as esposas, trazidas de Budapeste, na de . o primeiro já terminaria 2 a 2, gols de Morlock e Rahn. , - cuja história acabaria romanceada no filme "O milagre de Berna", decidiu o título a 6 minutos do .

Milagre ou no, os alemes ocidentais eram os campees do para de todos e para o comentário de Jules Rimet. Em seu último presidente da Fifa, após a taa de ouro ao capito alemo Fritz Walter, Rimet passou a Puskas a de prata, dizendo: "Espero que troque de metal na próxima vez". No houve próxima vez. Com o que abalou a Hungria em outubro de 1956, o mágico exército do ministro Sebes se desfez. Puskas e companheiros deixaram o país e foram reforar o futebol de outras terras. Jules Rimet morreu naquele mesmo outubro, sem que o próximo campeo seria o Brasil.

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