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Descendentes de haitianos perdem cidadania na Repúbli

MensagemEnviado: Qua Out 23, 2013 10:26
por AFabia
Descendentes de haitianos perdem cidadania na República Dominicana

RIO Filha de haitianos, a dominicana Juliana saiu de sua em 2008 para tirar sua cédula de identidade e voltou sem sua certido de original. Recorreu Justia da República Dominicana, país onde nasceu em 1 de abril de 1989, exigindo proteo contra os burocratas da Eleitoral: eles lhe negaram o documento e ficaram com sua certido original, restando para ela uma mera có de sua existncia .

- No eles disseram: no podemos a cédula porque voc é filha de estrangeiros - relembra Juliana, Deguis Pierre indica a de seus pais, que emigraram há século do Haiti para a República Dominicana.

, numa polmica deciso no do ms , o Constitucional negou a ela sua existncia cidad dominicana; alegou que faltava a certido original e revogou a nacionalidade de Juliana. Ao desnacionalizá-la, o também suspendeu os direitos de de 250 pessoas na mesma situao - algumas delas Sentilia Igsema, nascida em 1930 de pais haitianos.

- A fotocó foi um elemento da deciso. O disse que a có da certido de no era um documento válido, só que o documento original ficou com a Eleitoral - explica Genaro Rincón, de Juliana.

E foi Juliana se transformou, nas palavras de Rincón, na protagonista da história de mais de 200 pessoas que acreditavam serem cidads dominicanas até que o país redefiniu a existncia deles de estrangeiros em trnsito.

O cometeu vários erros processuais, opina Rincón, ferindo um total de 32 artigos da Constituio, incluindo o de legítima . Ele argumenta que, Juliana entrou na Justia para a emisso de um documento, no fazia , na deciso, sua nacionalidade na sentena final sem antes o mé da questo, que saiu no dia 23 de setembro deste ano.

Juliana define o dia o de um profundo -estar coletivo.

- Nós nos sentimos , somos mais de 250 pessoas afetadas por essa sentena. Nos sentimos porque no podemos . No posso meus filhos. No posso um .

Aos 24 anos, falando com em , ela no domina o francs usado no Haiti. Juliana assegura: Eu sou dominicana, nasci , no sei para onde fica o Haiti. Minha resposta é , e .

Atualmente, outros estimados 48 processos similares aos de Juliana esto no Constitucional. O dela e de outros ainda dominicanos está ganhando destaque nos organismos internacionais, com condenaes da Comisso Interamericana de Direitos Humanos, a convocao por do Haiti do dominicano para prestar esclarecimentos e a condenao da de Estados do Caribe (Caricom) deciso do dominicano. A agncia das Naes Unidas para refugiados (Acnur) mostrou preocupao com a sentena contra Juliana e ofereceu para essa situao. Ontem, o protesto veio da Católica: o servio pastoral da República Dominicana lamentou o causado pela .

Importncia econmica e histó

Internamente, , muitos na dominicana afirmam que o é uma questo de . Os haitianos que imigraram para nas plantaes de cana de aúcar 1929 receberam um documento de provisório, pela empresa estatal, e, por isso, um documento . Os registros podem ser invalidados a da deciso do Constitucional. E os estimados 250 descendentes de haitianos sem parentes dominicanos se enquadram na de pessoas em trnsito no país. Dados oficiais indicam que os 525 imigrantes representam 5,5% da populao do país.

Para Colette Lespinasse, ativista haitiana de direitos humanos e coordenadora do de aos Repatriados e Refugiados (Garr), uma dominicana racista e teme que a independncia acatada Haiti em 1867 se com o dos descendentes haitianos, mesmo que eles se considerem dominicanos e tenham ido ao país , destroado por ditaduras, conflitos civis e desastres naturais - em 2010, mais de 100 morreram em um terremoto.

Ela lembra ainda da importncia econmica dos descendentes de haitianos para a economia dominicana, que até hoje exporta cana de aúcar colhida com mo de atraída do país .

- Eles no veem um histó. No veem que dividimos a de Hispaniola, nem que o migrante é um ator econmico. Falam de uma invaso pacífica - diz.

Camila Asano, coordenadora na Conectas, uma ONG brasileira de direitos humanos, opina que o Brasil deveria a deciso dominicana.

- a migrao um . Está havendo o de uma viso de migrao uma ameaa segurana . O Brasil deveria se , pois isso ocorre em nossa regio - opina.

Sem para onde ir, Juliana recebe uma bolsa de alimentao e assistncia jurídica da ONG Mosctha, localizada em Domingo. Ela ainda a da me idosa juntamente com o , ex-cortador de cana. Com eles, a cria seus quatro filhos, cujos pais desapareceram.

- Eles já esto velhinhos. Somos pobres. Só dá para . Meus filhos gritam em que querem ir para a . Há alguns dias, a professora falou que minha filha no podia ir mais para a por de documentos.

Na mesma semana em que perdeu sua nacionalidade, Juliana também ficou sem sua éstica. Na sexta-feira, dia 27 de setembro, com fotos dela ainda circulando por todo o país, Juliana pediu um dia de licena para se com seus advogados. Quando voltou, todas as suas e pertences estavam do lado de fora da onde trabalhava.