PARIS Para o francs Jean Marcou, em Turquia e diretor do departamento de Relaes Internacionais da faculade de Sciences Po de Grenoble, o da represso do surpreendeu e enfraqueceu as manifestaes de protesto, o no parece em de desistncia. O político aponta para um de reivindicaes por liberdades cívicas de uma populao descontente com um que se no e impor novas normas de .
O : o v o de protestos com endurecimento da represso do do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan?
Jean Marcou: Já sentimos o enfraquecido. do da semana entrou-se numa de represso do , isto é . Isto surpreendeu porque no da semana Erdogan fez duas reunies com artistas e representantes do . Tinha-se a de que ele buscava uma soluo negociada, porque falou de referendo. no estava , porque a Constituio turca no autoriza referendo numa situao destas. A destruio do de ocupao foi suspensa por uma deciso de Justia, e ele disse que na espera do o respeitaria a sentena de primeira instncia.
O problema é que após a segunda reunio, Erdogan deu um ultimato de 24 horas para a desocupao do , e após algumas horas fez a polícia intervir na praa Taksim, com a destruio de tendas e a de militantes. Erdogan retomou o controle, e mobilizou dois grandes encontros políticos da AKP (o do ) para os estragos, a do . Há essa de que se trata de uma minoria de agitadores, de vndalos. Ele disse várias vezes que a situao no poderia estava e que se deveria com a agitao extremista. Disse que eram terroristas e falou mesmo de um compl do exterior. Há hoje uma tendncia repressiva. o no parou, vemos novas manifestaes e protestos. Um permaneceu seis horas imóvel do de Ataturk (o da República turca) na praa Taksim, e outras pessoas se juntaram a ele. E várias pessoas se colocam em pé vários símbolos para seu protesto. Hoje (tera-feira) houve muitas prises de pessoas em suas casas, e o ministro do falou de uma regulamentao do das redes sociais na Turquia. o continua, com agrupamentos em Ancara, Istambul, Eskisehir. Houve também uma sondagem do instituto Metrópole, em que a maioria dos entrevistados apontaram a evoluo do para um viés mais autoritário e . Essa de opinio coloca também o o responsável pelos incidentes porque administrou a situao de contestaes.
O : Qual o papel da oposio neste ?
Jean Marcou: Penso que a oposio é pouco representativa deste . E, na minha opinio, por isto eclodiram as manifestaes. A oposio no está a de seus deveres políticos, e as pessoas quiseram se de outra . Há também a de no um que faz das eleies um de das urnas. As pessoas em no se veem representadas pela oposio. Trata-se sobretudo de um cívico.
Que mudanas o v as mudnaas na turca?
Jean Marcou: Creio que turca mudou bastante nos últimos 20 anos, graas a um fulgurante. Houve uma urbanizao e uma elevao do nível de , com uma apario de novas classes médias. O vem também daí. Ele é bastante dos movimentos da Primavera Árabe, que visavam a ditadores que reinavam há décadas, (Hosni) Mubarak (Egito), Muamar Kadafi (Líbia) ou (Zine al-Abidine) Ben (Tunísia). Na Turquia, o partiu de uma reividicao cívica. Certamente há contestao do no , o objetivo no é o de uma . Falou-se também de um o dos Indignados, que ocupou Wall Street. Nestes dois movimentos vemos semelhanas: a mobilizao pelas redes sociais,a ocupao de lugares simbólicos - a praa Tahir (Egito), a avenida Bourguiba (Tunísia), a praa da Pérola (Bahrein). os objetivos so diferentes. Os indignados se sentem vítimas dos econmico contemporneo, de uma capitalismo , da finana contra os homens. Na Turquia no se trata disso, pois nos últimos anos houve um econmico. uma demanda por liberdade, por democracia, por ser . uma o que a quer, e uma crítica a um cada vez mais conservador, querendo impor um de . Vejo um mais próximo de Maio de 68 na Frana, quando se tinha um país em , com uma gerao que denunciava a de consumo e exigia um de .
Qual é a influncia atual do islamismo?
Jean Marcou: Diria que há sobretudo um islamismo que funciona mais um conservador do que um islamismo miltante ou ideológico. um conservador impondo s pessoas modos de mais convencionais, de a uma certa moral religiosa nas artes, nos filmes. Erdogan criticou novelas por seu da História. Há a questo de no álcool em alguns lugares, no se beijar em público. As pessoas comearam a se beijar em público uma de protesto. a religio que vem uma certa moral , que também tem seus objetivos políticos.
analisa estes movimentos no contexto das eleies na Turquia no ano que vem?
Jean Marcou: que o atual se explica também por essa perspectiva inquietante de um primeiro-ministro e de um que so cada vez mais dominadores. As manifestaes vieram de uma certa a agenda política do AKP, que passa pelas eleies locais e presidenciais no que vem. Com ou sem uma Constituio, á eleies presidenciais em 2014. Sero as primeiras deste na história do país. E é provável que Erdogan sonhe em ser candidato. E ocorra no a elaborao de uma Constituio. Na Turquia, o presidencial á ainda mais seu , e tenho a que o surgiu também em deste de transio política. O AKP está no 2002, e respeitou o pela democratizao da República nos anos 1950. hoje Erdogan tenta o para que constitucionalmente possa o se tornando presidente. Todo tem a ser candidato, o que inquieta é que trata-se do mesmo que governa há mais de anos, e que muitas vezes em seu se projeta no , falando de planos para 2023, se ainda estivesse no nesta data. E uma das dimenses importantes da democracia é a alternncia, e acho que isto preocupa as pessoas. Vemos um de Putinizao, de evoluo la russa do .