A Universidade de Brasília é a morada do aiatolá Marcos Bagno, aquele professor que já fez fama e, calculo aqui, fortuna razoável com suas fabulaes sobre o preconceito lingístico. Trata-se de uma tese intelectualmente vigarista porque mistura dois domínios: os estudos de lingística, que tm valor descritivo, no normativo, e os de gramática. Bagno inventou a existncia de um preconceito para, ento, combat-lo, como se as nossas escolas fossem verdadeiros centros de tortura da linguagem popular. No! O nosso problema é bem outro: falta de estrutura e de capacitao intelectual para ensinar a norma culta aos alunos, o que no implicaria desrespeitar, obviamente, as várias falas que há no país. A questo é falsa. Os exploradores da boa-fé e da miséria alheias, no entanto, so verdadeiros.
O tema ganhou relevncia recentemente por causa do livro Por Uma Vida Melhor, da professora Heloísa Ramos, distribuído pelo MEC. Seguindo as pegadas de Bagno, Heloísa faz a mesma confuso de domínios e confere ao erro o valor de uma norma alternativa! Ao aluno caberia escolher o ambiente adequado para empregar a norma culta ou a outra. Trata-se de uma imbecilidade teórica porque ninguém precisa de escola para aprender a errar
A UnB, onde fica o bunker intelectual de Bagno, realizou vestibular neste fim de semana. O tema da redao foi este:
Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó: a língua de um povo no se faz com preconceito nem com prescrio.
o examinador no pede nem mesmo que o aluno se posicione diante de um debate. Ao contrário. Para os extremistas, a língua no pode ser prescritiva, mas uma redao pode: O TEMA PRESCREVE A OPINIO DO ALUNO. E ai daquele que discordar da tese!
Quais sero os critérios de correo ? Por uma questo de coerncia, tudo aquilo que a prescrio apontar como erro a norma culta deve ser ignorado pelo examinador, certo? Mais: estamos diante da possibilidade se um aluno que se expressa com absoluta correo, mas que discorda da tese, ser preterido em benefício de um quase analfabeto que diz amém! Isso ai é o mundo das cotas